O mundo dela foi caindo como folhas secas de outono – vezes devagar e vezes rápido demais – ela já não aguentava mais. Chorava toda hora, pensava que uma felicidade fútil era a sua maior felicidade e que tudo no mundo era perfeito; desastroso. Eu não entendi o que ela queria me dizer. Corri em sua direção e tentei olhá-la nos olhos; quando olhei bem fundo, assustei. Fiquei indignada por perceber que alguém conseguia ser mais infeliz que eu – o problema é que ela não sabia disfarçar – e então, fiquei perguntando-me o motivo para ela ser assim...
Passei noites em claro olhando meu próprio reflexo. Chorava agoniada por não poder fazer nada para ajudar aquela pobre garota; percebi antes de tudo que, ela precisava da minha ajuda... Tentei de tudo. Ela pensava que o amor poderia salvá-la – ingênua – e também pensava que só a vida dela era conturbada. Eram tantos problemas que ela ficava sem fôlego, sem ânimo – mesmo querendo parecer feliz – e sem vida alguma. Ela gostava de usar sua máscara “feliz” para que as outras pessoas ficassem felizes também. Ela doava-se por completo para depois perceber que as pessoas são todas iguais... Ela só queria ser salva. Ela só queria que toda essa dor e todos esses problemas desaparecessem; queda completa.
Assim, eu pude conhecê-la melhor; mesmo não a conhecendo. E foi de tanto tentar conhecê-la, eu percebi que, essa garota sou eu.
